
Ana Carolina Gama.
20/05/2025
Recomendações ignoradas, riscos assumidos: por que lideranças ainda resistem à auditoria interna?
A auditoria interna está presente, atuante e, em muitos casos, altamente qualificada. O que falta, então, para que suas recomendações provoquem mudanças reais nos processos e controles das organizações? A resposta é clara e desconfortável: falta disposição para ouvir.
Em um ambiente empresarial cada vez mais regulado e exposto, essa resistência tem um custo alto: seja ele financeiro, reputacional ou operacional. A negação constante às análises técnicas da auditoria não é uma questão de falta de conhecimento, mas de cultura organizacional, prioridades desalinhadas e lideranças que ainda enxergam a auditoria como um obstáculo, e não como um parceiro estratégico.
A auditoria interna vai muito além da conformidade
Quando bem posicionada, a auditoria interna não apenas revisa documentos ou valida controles. Ela antecipa riscos que ainda não se materializaram, avalia a eficácia de processos e oferece soluções para evitar retrabalho, desperdícios e falhas críticas. Em muitos setores, ela é peça-chave para manter a empresa em conformidade com regulamentações como SOX, LGPD, ISO 27001 e tantas outras.
O problema é que essa entrega valiosa nem sempre encontra eco na tomada de decisão. Após a recomendação, os insights são ignorados ou pior, tratados como “excesso de zelo” ou “burocracia”.
As causas silenciosas da negligência
Por que isso acontece?
Porque implementar recomendações exige mudança. E mudar significa reconhecer fragilidades, realocar recursos, revisar prioridades. Muitas lideranças optam por postergar ajustes por não enxergarem retorno imediato, ou por medo de demonstrar que há falhas nos processos sob sua gestão.
Essa miopia operacional transforma auditorias internas em vozes isoladas. E quando um risco se concretiza, não faltam registros que apontam que ele já havia sido previsto, e negligenciado.
Ignorar recomendações custa caro
Empresas que deixam de agir com base nos apontamentos da auditoria interna não estão apenas descumprindo boas práticas. Estão assumindo riscos desnecessários, expondo seus dados, seus ativos e sua reputação.
Casos recentes mostram que violações de segurança, fraudes internas e perdas financeiras relevantes poderiam ter sido evitadas se houvesse abertura para escutar e executar o que já estava indicado em relatórios técnicos. O problema não está na ausência de alertas — está na ausência de ação.
Além disso, essa postura afeta diretamente a credibilidade da função de auditoria, desmotivando profissionais e comprometendo a independência necessária para sua atuação.
A mudança começa com escuta ativa e cultura de governança
Organizações que evoluem são aquelas que transformam o desconforto da auditoria em oportunidades de melhoria. Que tratam os achados não como ameaças, mas como catalisadores de avanço. Que entendem que um ambiente de controle bem estruturado reduz retrabalho, previne penalidades e constroi confiança junto a stakeholders.
É preciso tirar a auditoria do papel de fiscal e colocá-la como parceira. Isso passa por incluir auditores internos nas discussões estratégicas, dar visibilidade aos planos de ação e, principalmente, executar o que foi recomendado com foco em melhoria contínua. Afinal, ouvir a auditoria interna é, na prática, ouvir a empresa antes que o problema fale mais alto.
Se as recomendações da sua auditoria ainda não saíram do papel, está na hora de repensar sua estratégia. Na Vennx, ajudamos empresas a transformar seus ambientes regulados com inteligência, governança e apoio das melhores tecnologias do mercado.
Fale com um especialista e descubra como evoluir a sua auditoria interna.