
Ana Carolina Gama.
29/05/2025
Gestão de Identidades e Acessos: O alicerce da segurança digital nas empresas
Uma nova era exige novas defesas
A digitalização dos negócios evoluiu rapidamente e, com ela, a superfície de ataque aumentou. Em um cenário onde dados são ativos valiosos e a integridade da operação depende do controle sobre quem acessa o quê, a gestão de identidades e acessos (IAM – Identity and Access Management) se torna mais do que uma necessidade técnica: ela se torna um diferencial competitivo e de conformidade.
IAM não é apenas um mecanismo de autenticação, é uma forma estruturada de garantir que cada pessoa ou sistema tenha acesso estritamente ao que é necessário, dentro de regras claras e rastreáveis.
Além do controle: o IAM como pilar estratégico
A gestão de identidades e acessos atua em duas frentes fundamentais. De um lado, cuida da identidade, o conjunto de atributos que define um usuário dentro da organização. De outro, define e monitora os acessos, o que aquele usuário pode visualizar, alterar ou executar em sistemas e dados corporativos.
Essa atuação integrada permite um controle granular, altamente eficaz e auditável. Permite, por exemplo, que uma empresa saiba exatamente quem acessou uma informação sensível, em que momento, por qual dispositivo e com qual justificativa. E mais do que isso: possibilita reações automáticas diante de anomalias.
IAM na prática: mais segurança com menos esforço
Na operação diária, isso significa que novos colaboradores já entram na empresa com permissões adequadas ao seu cargo, e que, ao mudar de função, seus acessos são atualizados automaticamente. Quando alguém se desliga da empresa, o acesso é revogado sem riscos de contas órfãs.
Os acessos não são definidos apenas por cargo, mas também por contexto. Um login feito fora do país, por exemplo, pode exigir autenticação reforçada. E todo o histórico fica registrado para análise posterior, permitindo auditorias mais ágeis e precisas.
O futuro (já em curso) da gestão de acessos
As soluções mais avançadas de IAM estão incorporando inteligência artificial e automação para ganhar escala e agilidade. Com algoritmos capazes de analisar padrões de uso, desvios e comportamentos atípicos, torna-se possível antecipar riscos antes mesmo que eles se concretizem.
Essas ferramentas detectam, por exemplo, usuários com acessos acima do necessário ou permissões acumuladas que fogem ao padrão. E mais: conseguem sugerir ajustes, apontar riscos de segregação de funções e até automatizar respostas corretivas, como bloquear uma conta suspeita ou alertar a equipe de compliance.
Um exemplo dessa nova geração de tecnologia é o Oráculo, a nossa solução que não apenas monitora acessos em tempo real, como também realiza correções automáticas diante de inconformidades. A inteligência do sistema cruza dados de múltiplas fontes e aplica regras dinâmicas para identificar riscos críticos, seja por um conflito de funções, seja por comportamentos que escapam ao padrão histórico de um usuário.
IAM como facilitador da conformidade regulatória
Estar em conformidade com normas como LGPD, SOX, ISO 27001 ou GDPR não é apenas uma obrigação legal, é uma garantia de que a empresa opera com responsabilidade e transparência. E o IAM é um dos mecanismos mais eficazes para cumprir esses requisitos de forma estruturada e contínua.
Ao garantir que acessos estejam sempre alinhados às políticas internas e que qualquer exceção seja justificada e registrada, a organização ganha força frente a auditorias, melhora sua reputação no mercado e reduz o risco de penalidades.
Os ganhos vão além da segurança
Implementar uma solução de IAM não representa apenas um ganho técnico. Impacta diretamente a operação, as finanças e a governança. A equipe de TI passa a lidar menos com tarefas repetitivas de provisionamento e mais com iniciativas estratégicas. O compliance ganha rastreabilidade. A diretoria, previsibilidade e tranquilidade.
A gestão inteligente de acessos também previne fraudes internas, elimina licenças desnecessárias, evita retrabalho e fortalece a cultura de responsabilidade digital dentro da empresa.
Implantação: estratégia antes da tecnologia
A adoção de uma solução de IAM começa pelo entendimento do cenário atual. É essencial mapear os sistemas existentes, os tipos de acesso concedidos e os riscos associados. A partir disso, definem-se as políticas, quem pode acessar o quê, em quais condições, por quanto tempo, e as regras de exceção.
É nesse ponto que a escolha da tecnologia acontece. A melhor solução é aquela que se integra facilmente aos sistemas da empresa, oferece flexibilidade para adaptação às suas regras de negócio e traz recursos de automação e IA que antecipam problemas.
A capacitação das equipes envolvidas, a atualização contínua das políticas e o monitoramento dos resultados completam o ciclo de implantação bem-sucedida.
Um novo patamar de maturidade digital
Quando a gestão de identidades e acessos é tratada como um ativo estratégico, as empresas avançam em maturidade digital. Deixam de operar sob o risco do improviso e passam a ter controle real sobre sua superfície de exposição. Ganha-se agilidade, confiança e eficiência.
IAM é, portanto, mais do que um projeto de TI. É um passo firme na direção de uma governança digital sólida, capaz de sustentar o crescimento da empresa com segurança, compliance e escalabilidade.
Se sua organização lida com dados sensíveis, múltiplos sistemas ou auditorias recorrentes, a hora de reavaliar como você controla o acesso a tudo isso é agora.